sábado, 28 de julho de 2012

arte.digital@oliveira.nuance

 



Casa-úbere
seio materno
escuro útero
 eu no sótão!

Côa a semiclaridade
filtra luz cristalina.

Nos espirais do tempo
tenho todo o tempo
desfaço-me como os relógios Dali.

Casa que se liquefaz em sombras suaves da memória
que me traz os terreiros na tarde que se vai
que traz o celeiro repleto de jogos de luz e sombra
que traz na memória uma menina rota querendo ganhar atenção.

Era uma tarde, com certeza, o carteado ia longe.
o rolo da fumaça dos cigarros de palha e dos cachimbos
enovelando sombras sobre o tempo
 eu aqui presa nesse mundo de néon que me fere os olhos
que embaça as vistas
querendo casa de sombras
querendo me desfazer antevisão Daliniana.

quinta-feira, 19 de julho de 2012


Solidão

Sentir-se ínfimo grão
Nessa terra ressecada
Nesses olhos escancarados

O ventre vazio
A alma vagante
O sorriso morto

Sentir o prenúncio da tempestade
Nessa estrada sem volta
Nesse caminho perdido

O mapa na pele
Os olhos rotos
A boca escancarada

Sentir-se bússola avariada
Nesse lado de cá
Nesse rastro perdido

E teus olhos
Que não mais me guiam
Para lugar nenhum…