hoje fiz um parto às avessas pari uma mulher muito velha que se aninhou dentro de mim...
sábado, 28 de julho de 2012
Casa-úbere
seio materno
escuro útero
eu no sótão!
Côa a semiclaridade
filtra luz cristalina.
Nos espirais do tempo
tenho todo o tempo
desfaço-me como os relógios Dali.
Casa que se liquefaz em sombras suaves da memória
que me traz os terreiros na tarde que se vai
que traz o celeiro repleto de jogos de luz e sombra
que traz na memória uma menina rota querendo ganhar atenção.
Era uma tarde, com certeza, o carteado ia longe.
o rolo da fumaça dos cigarros de palha e dos cachimbos
enovelando sombras sobre o tempo
eu aqui presa nesse mundo de néon que me fere os olhos
que embaça as vistas
querendo casa de sombras
querendo me desfazer antevisão Daliniana.
sexta-feira, 20 de julho de 2012
quinta-feira, 19 de julho de 2012
Solidão
Sentir-se ínfimo grão
Nessa terra ressecada
Nesses olhos escancarados
O ventre vazio
A alma vagante
O sorriso morto
Sentir o prenúncio da tempestade
Nessa estrada sem volta
Nesse caminho perdido
O mapa na pele
Os olhos rotos
A boca escancarada
Sentir-se bússola avariada
Nesse lado de cá
Nesse rastro perdido
E teus olhos
Que não mais me guiam
Para lugar nenhum…
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